Que Fiz Eu Para Merecer Isto?

E eu fui assistir o filme de Pedro Almodóvar hoje! E com duas amigas! Estava realmente achando que ia entrar sozinho naquele cinema... E ainda estou meio mole por causa das cervejas pós-filme, mas acho que dá pra fazer um esforço e digitar tudo certo.

A sessão estava mais cheia do que eu pensava. Talvez fossem os frequentadores fiéis da Walter da Silveira, ao contrário de mim, que vi a propaganda na TVE e estava lá pela primeira vez.
Algo de hoje que não vou esquecer:
O filme começa, barulhos de saquinhos de pipoca vindo de todos os lados. 30 segundos de filme. Um grupo de homens treinando algum tipo de luta. Uma faxineira os imita num plano secundário. Corte. Um homen nu tomando banho dá de cara com ela. A chama pra chegar mais perto. Uma cena de sexo, e um silêncio incrível no cinema! Pensei "o povo já acabou a pipoca?"...
Que Fiz Eu Para Merecer Isto? é uma comédia dramática. Uma dona de casa, que mora num condomínio desses enormes, com centenas de apartamentos pequenos juntos no mesmo prédio: Gloria é infeliz e viciada em calmantes. Mora com um marido taxista, infiel e pouco amoroso, dois filhos, um é traficante e o outro é gay (com vida sexual ativa, com apenas 14 anos, que ela decide vender pro dentista que gosta de garotos mais novos), e a sogra, um velha avarenta e exploradora. A família dela é o tipo de família que apenas divide o mesmo teto, sem muitos laços declarados. Ainda tem uma vizinha prostituta, Cristal, e outra que desconta na filha suas frustrações.

Gloria vai levando uma vida sofrida como diarista para ajudar na renda familiar, e é esse contexto que nos proporciona algumas reflexões sobre sexo e vida familiar. As situações mostradas no filme, na maioria das vezes engraaçadíssimas, vão das comuns às mais contrangedoras, como na cena de sexo do começo ou outra em que Gloria participa como vouyer num dos trabalhos da Cristal.

Nos filmes de Almodóvar, dizem, é muito natural se identificar ou lembrar de alguém muito parecido com algum personagem. Com toda certeza, qualquer pessoa que assisti esse filme consegue enxergar um pouco da própria família. Eu vi a minha família! Uma mãe gritando sozinha na cozinha que um dia vai embora, abandonar tudo, que não aguenta mais aquela vida de só trabalho e sofrimento e blá blá blá. Meu pai também estava lá: chega do trabalho, tira a roupa e pergunta do jantar. E o momentos em que parece que ninguém se conhece?!

Não vou falar muito do filme, pois dá tempo de assistir ainda. É bom, bonito e barato (R$6,00 a inteira). Acho que só fica essa semana em cartaz, mas vale a pena fazer um esforço e ir assistir, ainda mais que é um filme de 1984 e será uma oportunidade única.



*desculpem o texto mal escrito, mas cerveja is very good!

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Be sure I'll watch it
;D

8:59 AM  

Postar um comentário

<< Home