A Pessoa é para o que Nasce

Sempre tive vontade de assistir esse documentário. A Pessoa é para o que Nasce já chamava minha atenção à muito tempo, principalmente na época do lançamento quando vi uma reportagem e entrevista sobre o filme no Programa Soterópolis na TVE.

Hoje fui no CEFET-Ba visitar alguns amigos e conhecidos e por coincidência o filme seria exibido. Não perdi a oportunidade de vê-lo. Conta a história de três irmãs cegas que cantam e tocam ganzá pra receber esmolas na cidade de Campina Grande na Paraíba. O filme apenas registra como é a vida da Conceição, Maria e Regina. E nos mostra a maneira delas enxergarem o mundo, a maneira que o destino porporcionou.

A simplicidade, o jeito ingênuo e a vida tão sofrida delas é uma lição de vida, e um retrato da maneira como pessoas portadoras de deficiência são tratadas no país. Mesmo assim elas parecem felizes. Claro que todas tem desejo de enxergar, mas algo as une. A crença de que as pessoas são para o que nascem, que fazem parte de um plano maior, que Deus as fez do jeito que eram pra ser.

Elas dependem muito das outras pessoas e ficamos com um desconfortável sentimento de que elas são enganadas algumas vezes. Mas elas vão vivendo. Paro e penso que nós, que não passamos por dificuldades semelhantes, reclamamos demais. Não damos valor à certas coisas e nos preocupamos com outras tão insignificantes.

Não consigo imaginar o mundo sem cores, sem enxergar o que está à minha frente. No filme, pelo menos pra mim, foi emocionante o trecho que elas falam que sonham também. Falaram que sonham com o mar. Não tenho certeza que o mar que elas viram em seus sonhos é exatamente igual o nosso. Mas deve ser uma visão realmente reconfortante.