Time

Não é todo dia que podemos ir no cinema e assitir a um filme coreano. Quando um filme asiático é exibido em circuito comercial ou ele é de terror ou de kung-fu.
Com esse pensamento fiquei todo entusiasmado pra assitir Time, drama do prestigiado diretor Kim Ki Duk. Nunca tinha assistido nenhum filme dele, mas já havia lido bastante sobre o "Primavera, verão, outono, inverno... primavera", um de seus filmes mais elogiados.

Time conta a história de um casal que está passando por uma crise no relacionamento, que já dura 2 anos. Ciumenta ao extremo, See-hee, teme que ele, Ji-woo, se canse do rosto dela e a troque por outra. Apesar de Ji-woo não aparentar dúvidas sobre seus sentimentos, ela decide passar por uma série de cirurgias plásticas e mudar totalmente sua aparência.
Após seis meses sem dar nenhuma notícia, ela volta e inicia um relacionamento com ele, sem revelar sua identidade verdadeira. Seh-hee, como ela se chama agora, se dá conta de que Ji-woo nunca esqueceu a See-hee, e descobre que seu plano não deu tão certo como esperava.

O filme é melodramático e até bem humorado, ainda mais por causa das situações constrangedoras e "surreais" que os personagens encaram. Quando saí do cinema não sabia bem o que dizer do filme. Como sugeriu minha irmã: Não vou dizer que foi ruim. Mas também não foi tão bom assim.

Cinema tem meio uma questão de identificação. Talvez eu gostasse mais se eu tivesse 40 anos e uma casamento de no mínimo dez. Mais ainda se eu fosse mulher.
Mas, mesmo assim, o filme traz boas reflexões acerca da obsessão pela "beleza", o fato das pessoas se cansarem das outras com o passar do tempo, monogamia e sobre a que ponto pode chegar uma pessoa com medo de ser rejeitada.


Há uma contextualização a ser feita também: dados recentes indicam que 50% das mulheres coreanas entre 18 e 30 anos já fizeram uma cirurgia plástica. Aqui no Brasil é uma média de 500 mil operações plásticas por ano crescendo em progressão geométrica, e só perdemos no ranking para o EUA, o líder em número de cirurgias desse tipo.
Assustador não?!

De qualquer forma foi bom assistir esse filme. Não deve ser com certeza o melhor trabalho do diretor, mas não desanimei pra ver os outros.
Sem falar que o a língua coreana já é velha conhecida minha. Assisto uma novela coreana chamada Full House, e sempre digo que nem o nome dos personagens é pronunciável: você lê o nome na legenda e não consegue identificar quando foi que disseram. Mas isso já é outra história...