Ainda no clima "arco-íris"...


Quando eu era menor, um pré-adolescente, eu assistia muito a MTV. E, num belo dia, assisti a um clipe que não era como os outros que eu já tinha visto. Era punk, pornô, erótico, grotesco... era chocante! A música? Uma mistura de Xuxa com viadagem e tara por heróis infantis.

Eu assisti a um clipe* do Textículos de Mary.

Um dia desses, já passado os tempos de MTV, resolvi procurar mais sobre a banda, que tinha ficado guardada na minha memória. Descobri a enorme irreverência das músicas e performances dessa banda [que pareciam ter saído de um freak-show]. Os integrantes da banda se vestiam de maneira assustadora, drag queens saídas do inferno, encenavam sexo no palco e falavam de homossexualidade sem rodeios. Não deve ter sido fácil fazer o que o Chupeta, Lollipop e Cilene Lapadinha fizeram.

A banda durou até 2004, e ficou pra sempre na memória do rock de Recife e do Brasil. Lamento não ter acompanhado a trajetória da banda, já que eu era muito novo e não tinha as facilidades da internet. Ainda corro atrás de todas as músicas que eles lançaram, e me surpreendo como poucas pessoas conhecem esse trabalho tão orginal.

Mas um dia, passando pela Siciliano, um livro me chamou muita a atenção. Peguei-o para dar uma folheada [sim, eu tenho o péssimo hábito de ler na Siciliano] e abri numa página que, por coincidência, falava sobre o Textículos de Mary. Fiquei tão feliz!!! O livro se chama História Sexual da MPB de Rodrigo Faour, e dedica 3 parágrafos à banda. Conta que eles não foram bem recebidos quando foram fazer um show numa boate gay [coisa que eu nem imaginava], e reconhece a importância da atitude punk/gay/glam deles.

Porém a razão do post foi um documentário que eu tava assistindo mais cedo [já é hábito assistir documentários - vide Funk]. Se chama Textículos de Mary e Outras Histórias e, em 24 minutos (logo 24...), conta um pouco da história da banda, desde da origem do nome à última apresentação da banda. O curta, que foi exibido no 13º Festival Mix Brasil de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual, foi o trabalho de conclusão de curso da estudante de jornalismo Flávia da Rosa Borges, que fez nesses poucos (e significativos) 24 minutos um trabalho excelente! -> Clique aqui e assista também.

Tanto a banda quanto o documentário são recomendadíssimos!

* Desculpem não colocar o link do clipe, mas não o achei em lugar nenhum, e o youtube deletou o outro clipe que tinha por lá. A música era Todinha Sua e o clipe uma orgia de bonecas. Era ô vuku-vuku!


Beijos e Abraços Eróticos e Grotescos ao som de Textículos de Mary [que, com certeza, seria a trilha sonora perfeita pra esse blog]


PS.: Puxa... cansei de ouvir elogios ao blog, chegar aqui e não ter nenhum comentário. Agora que resolvi fazer algo sério por aqui, quero ver o negócio andar. Quero comentários.
Vocês acreditam que vejo blogs que fazem greve de posts quando ninguém comenta? [Se eu fizer isso aqui não escrevo mais nada...]

1 Comments:

Blogger Juh Oliver said...

se tem uma coisa que eu nunca iria imaginar
existir era uma banda [b][a]punk gay

10:42 AM  

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