#540

Eu sou e não sou cabeça dura. Tento compreender os motivos de qualquer um, mas tem que ser na hora, apenas uma tentativa. Se eu não entendi, depois não dá mais.

Com as mulheres de minha família não deu, e juro que até achei que o problema era comigo, mas não é. Eu passo o dia todo fora e quando chego em casa há mil coisas e pedras e reclamações atiradas em minha direção. Hoje foi os pratos: porque meus amigos vieram aqui e sujaram 3 pratos e eu não lavei e nem avisei a ninguém e quando cheguei em casa eles estavam numa bacia no chão esperando por mim. Eu olhei pros pratos com uma compreensão divina, tipo "eu perdôo". Nada poderia estragar minha felicidade [foi o que mentalizei enquanto jantava e olhava pros pratos].

Eu reclamo de pouca coisa e não fico separando nada por 'quem sujou', 'quem comeu', 'quem _______ (insira um verbo no pretérito perfeito), nem espero favor nem gentileza, apesar de ser a pessoa mais gentil que posso ser. Se sua obrigação é lavar os pratos, lave-os. Eu pegarei um pano e esfregarei neles até não sobrar mais umidade. Esta é a minha obrigação, e não importa quem usou o prato.

Mas amanhã ensinarei uma lição, quase um protesto, porque sou do tipo que protesta. Comerei em vários pratos: um para o arroz, um para lentilha, um para soja, um para salada, um para o que mais tiver no almoço. São meus amigos ou sou eu. Qual a diferença?

É infantil. Sou do tipo que faz coisas infantis. [Com que frequência? Todo o tempo.]