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Se você telefona e diz que está no bar, aí perguntam "tá bebendo?", eu me seguro pra não responder "É ÓBVIO!". Digo, "um pouquinho só". É uma dramática de um lado e um eufemista do outro.

Eu minto, mas tem dias que não consigo. Pra falar a verdade, eu minto sempre... mas não pra amigos. O legal dos amigos é que você não precisa mentir. Estava fazendo o quê ontem que não retornou a ligação? Pra um amigo você diz "estava dando o cú" ou "fumando um", pra alguém que não é amigo, ou é parente, ou quase isso, você inventa que o celular estava na mochila ou na bolsa de alguém.

Quando eu falo a verdade, não vou mentir, espero recompensa. E isso é paradoxal pra caralho: há pessoas que falam a verdade esperando algo, um perdão talvez, apenas por estarem falando a verdade. Eu sou assim. Mas eu não dou porra nenhuma quando me falam a verdade. Se é pra ficar puto depois, eu fico. Sem culpa.

Estou escrevendo nada com nada. Bebi.

Dizem que eu sempre bebo, mas é mentira. Detesto quem não fala a verdade. E quem fala sempre a verdade também. A Mamãe e o Papai ensinam: algumas mentiras são para o bem de todos. Mas não comecem a mentir porque leram meu blog (eta pretensão!), seus pais já ensinaram isso bem.

Estou pensando nada com nada. Com sono.